OCDE: Professores brasileiros têm os piores salários entre 40 países

Alunos que pretendem trabalhar na Copa 2014 faz curso extracurricular de inglês

Um estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada nesta quinta-feira (16), mostra que os professores brasileiros nos anos finais do ensino fundamental têm os piores salários entre 40 países.

De acordo com o estudo, a média inicial do salário dos docentes no Brasil é de 13,9 mil dólares anuais, enquanto em países como Grécia, Colômbia e Chile os valores passam dos 20 mil dólares por ano. A média nos países membros e parceiros da OCDE analisados é de 35,6 mil. Em países como Alemanha e Luxemburgo o salário anual dos professores passa dos 70 mil dólares.

Em relação ao chamado salário real, que leva em consideração também os bônus e pagamentos adicionais, a média no Brasil para professores dos anos finais do ensino fundamental entre 25 a 64 anos é de 25,7 mil dólares por ano, também abaixo da média da OCDE, de 47,9 mil.

Os salários reais médios dos professores no Brasil chegam a US$ 25.030 na educação infantil, US$ 25.366 nos anos iniciais do ensino fundamental, US$ 25.740 nos anos finais do ensino fundamental e US$ 26.724 no ensino médio. Ao passo que, para as mesmas etapas, a média nos países da OCDE os salários reais médios dos professores eram de US$ 40.707, US$ 45.687, US$ 47.988 e US$ 51.749, respectivamente. O salário real do professor brasileiro só ultrapassa o dos professores da Hungria e da Eslováquia.

A conversão para comparação dos salários é feita usando a escala de paridade do poder de compra, que reflete o custo de vida nos países.

A OCDE destaca que o ambiente escolar influencia a decisão dos professores de entrar e permanecer na profissão docente. “O tamanho das turmas diminuiu nos últimos anos no Brasil, mas os salários dos professores continuam abaixo da média”, diz o relatório.

Um dia após a divulgação dos dados, o comentário de Bolsonaro em relação à educação não foi sobre os baixos salários, salas lotadas ou o fato de o índice de investimento por aluno no Brasil ser, em média US$ 3,5 mil por aluno, quase um terço da média dos membros da OCDE, que é de US$ 10 mil, segundo o coordenador de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo. Para Bolsonaro, o problema é que há “excesso de professores” no país.