McConnell, líder republicano no Senado, parabeniza Biden pela vitória

Senate Majority Leader Mitch McConnell of Ky., speaks after meeting with Senate Republicans, Wednesday, Sept. 9, 2020, on Capitol Hill in Washington. (AP Photo/Jacquelyn Martin)

 “O nosso país tem agora um presidente eleito e uma vice-presidente eleita", disse McConnell no Senado

(Jaqueline Martin - AP)

Em discurso no plenário do Senado dos EUA na terça-feira (15), o líder republicano Mitch McConnell reconheceu a vitória de Joe Biden e o parabenizou e à vice, Kamala Harris. No discurso da véspera, após a confirmação, pelos delegados do Colégio Eleitoral, da vitória nas eleições de novembro, o democrata havia convocado a “virar a página” e unir o país.

“Ontem, os eleitores reuniram-se em todos os 50 estados, por isso, a partir desta manhã, o nosso país tem oficialmente um presidente eleito e um vice-presidente eleito”, afirmou McConnell.

“O Colégio Eleitoral falou”, acrescentou, depois de observar que “muitos de nós esperávamos que as eleições presidenciais produzissem um resultado diferente”.

“Portanto, hoje quero felicitar o Presidente eleito Joe Biden”, disse McConnell. Ele também cumprimentou a vice dele, senadora da Califórnia Kamala Harris. “Para além das nossas diferenças, todos os americanos podem orgulhar-se do fato de a nossa nação ter uma vice-presidente eleita pela primeira vez”, acrescentou McConnell.

Aos repórteres, Biden disse que telefonou a McConnell para lhe agradecer pelos seus comentários e que eles haviam concordado em se reunirem em breve.

Em seu discurso de confirmação da vitória, na segunda-feira, Biden havia conclamado Donald Trump a reconhecer a derrota nas eleições e proclamado que “na batalha pela alma dos EUA, prevaleceu a democracia” e que a integridade das eleições norte-americanas “permanece intacta”.

“Respeitar a vontade do povo é parte essencial da nossa democracia. Inclusive quando vemos esses resultados difíceis de aceitar. Mas essa é a obrigação de quem assumiu o dever jurado de respeitar a Constituição”, disse Biden, dirigindo-se ao bilionário mau perdedor que, segundo a mídia, sequer comparecerá à posse.

Biden notou que “os 306 votos eleitorais são os mesmos recebidos por Donald Trump e pelo vice-presidente Mike Pence quando ganharam em 2016” e que na época considerara sua vantagem no Colégio Eleitoral “uma vitória contundente”.

“Segundo seus próprios padrões, estes números (306 a 232) representaram uma clara vitória naquele momento, e eu sugiro, respeitosamente, que também o faça agora”, afirmou Biden.

O presidente eleito registrou ainda que nem as recontagens em vários Estados nem as derrotas judiciais “pararam as infundadas afirmações sobre a legitimidade dos resultados”, em condenação às tentativas de Trump de fraudar a vontade popular expressa nas urnas nas eleições de maior participação em um século. Uma vitória “clara”, enfatizou o democrata.

“Ainda bem que a Suprema Corte, de maneira unânime, rejeitou completa e imediatamente estas tentativas. O tribunal enviou uma clara mensagem ao presidente Trump de que não faria parte de um assalto sem precedentes à nossa democracia”, acrescentou Biden.

Na terça-feira, Trump voltou a postar suas fake news no Twitter sobre ‘fraude eleitoral’ no pleito de 3 de novembro: “Tremendos problemas a serem encontrados com as máquinas de votação. Eles estão tão longe que é ridículo. Capazes de obter uma vitória esmagadora e reduzi-la a uma perda apertada”.

Apesar disso, mais republicanos começam a cair na real. O Senador do Missouri Roy Blunt, que preside a comissão que supervisiona a posse em 20 de janeiro, disse que a sua comissão irá agora “lidar com o Vice-Presidente Biden como presidente eleito”.

Por sua vez, o senador de Dakota do Sul, John Thune, o segundo republicano do Senado, disse que, encerrada a contagem do Colégio Eleitoral, “temos de enfrentar a música… é altura de todos seguirem em frente”.

Mesma posição do senador republicano texano John Cornyn: “chega uma altura em que temos de perceber que, apesar dos nossos melhores esforços, não fomos bem sucedidos, essa é mais ou menos a natureza destas eleições. Tem de se ter um vencedor, é preciso ter um vencido”.