Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados na quinta-feira (5).

As dívidas consideradas na pesquisa são do cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnê de loja, prestação de carro e prestação da casa.
O cartão de crédito lidera a lista, tendo sido apontado por 78,8% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,7%) e financiamento de carro (9,2%).

Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o cartão de crédito, com 78,8%, carnês (16,5%) e crédito pessoal (8,1%), foram os principais tipos de dívida apontados.
Contas com atraso
O índice de inadimplência também permanece alto, em 24,7%, apesar da liberação do FGTS – a expectativa do governo de que as famílias usariam o recurso para pagar dívidas foi frustrada.
Além de seguir alta, a inadimplência aumentou na comparação com o ano passado, quando atingiu 22,9%. As famílias que recebem menos de dez salário mínimos têm maior endividamento: 27,7%.
Ainda que o presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Roberto Tadros, diga que o “endividamento não é necessariamente negativo, se não for acompanhado de um aumento expressivo da inadimplência”, a economista da CNC, Marianne Hanson, alerta que “o aumento dos indicadores de inadimplência na comparação com o ano anterior reflete o maior comprometimento de renda das famílias com as dívidas”.
Esse endividamento, para quase 80% das famílias, é com os bancos, com cartões de crédito, que impõem as maiores taxas de juros para o consumidor. Em outubro, segundo o Banco Central, os juros do rotativo do cartão de crédito atingiram 317% ao ano. Esse tipo de dívida cresce de 77,4% em novembro de 2018 para 78,8% em novembro deste ano.