15º Congresso: PCdoB-SP começa conferência em clima vitorioso

Teve início nesta sexta-feira (1º/10) a 20ª conferência estadual do Partido Comunista do Brasil do estado de São Paulo (PCdoB-SP). Cerca de 400 delegados estiveram presentes no primeiro dia. Foi exibido um vídeo da deputada Leci Brandão saudando a plenária e Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, fez a exposição das teses do 15º Congresso. A conferência foi instalada pelo presidente do PCdoB-SP, Rovilson Brito, que destacou “a monumental vitória da federação partidária”.

“A luta pela federação foi um esforço monumental do nosso partido e a nossa conferência acontece às vésperas de um grande movimento de rua que coroa o empenho que os comunistas têm feito pela concretização da frente ampla”, declarou Rovilson. Neste sábado (2), a conferência será interrompida para que a militância participe ativamente dos atos Fora Bolsonaro. Os debates retornam no domingo às 8h30. Neste dia, a conferência terá a presença do deputado federal Orlando Silva e da presidenta do PCdoB, Luciana Santos.

Leci Brandão também saudou a vitória das federações partidárias. “Uma vitória fantástica resultado da política ampla do PCdoB”. A deputada lembrou que a luta dos comunistas tem sido permanente em defesa da democracia e dos direitos do povo e que neste momento o partido tem sido fundamental contra o governo genocida de Jair Bolsonaro. “É preciso fortalecer e ampliar o nosso partido como uma legenda do povo, como sempre foi”, acrescentou. Leci finalizou dizendo que o PCdoB pode contar com o mandato Quilombo da Diversidade e se definiu como “mais animada do que nunca para a luta”

Em sua fala inicial, Walter Sorrentino afirmou: “Camaradas, nós não chegamos aqui com as mãos vazias. Ao contrário”. Ele destacou os êxitos na política de frente ampla e a “magistral vitória” da aprovação das federações partidárias. “Decididamente podemos nos orgulhar legitimamente de nosso partido por essas duas grandes vitórias”. O dirigente reforçou o pioneirismo do PCdoB em apontar a perspectiva da frente ampla. “Soubemos levar com firmeza e habilidade esse movimento de juntar as forças. O PCdoB é a ponte entre todos os setores da frente ampla democrática”, ressaltou.

Sobre as federações, Walter reiterou que a pauta foi construída pelo PCdoB e que vai além de abrir caminhos para os dilemas institucionais do partido. “Essa conquista abre novos caminhos para construções políticas de nível superior das forças patrióticas, populares, progressistas, da esquerda amparadas na unidade popular e na nossa bandeira da esperança, da confiança e de perspectiva de grandes mudanças na vida dos brasileiros. Pode haver um novo ciclo político, sobretudo, no campo das forças populares”, avaliou.

Conexão com o povo

Walter reiterou que a vitória das federações melhora o ambiente mas o revigoramento do partido exige coragem política, lucidez e determinação total. “A ligação com o povo é fundamental para vencer essa batalha decisiva sobre o futuro dessa legenda centenária que une os brasileiros”. De acordo com ele, a conexão com o povo exige um conjunto de pautas que possam transformar a vida das pessoas. “Enquanto o povo achar que é briga de políticos ele não vai se movimentar. Ele vai se movimentar se acreditar que isso vai mudar a vida dele”.

Nesse sentido a organização partidária é estratégica, acrescentou Walter. “O que decide é uma direção coesa, qualificada, com os melhores quadros políticos. É isso que pode dar confiança à militância, dar sentido de direção. Colocar todas as nossas direções à altura dos compromissos presentes”. Ele definiu o papel do PCdoB paulista neste revigoramento: “Não existe PCdoB forte se não for forte em São Paulo”.

“O estado paulista soma quase 23% do eleitorado nacional. 31% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é produzido nas fronteiras de São Paulo. 35% da pesquisa brasileira é feita aqui. É o centro do proletariado, o centro da burguesia e o berço das principais centrais sindicais do país”, enumerou Rovilson Brito. Ele ainda relembrou as diversas manifestações históricas, como a das Diretas Já, e outras mais recentes que reuniram milhões nas ruas do estado, especialmente na capital. “São Paulo concentra um certo palco central da disputa política nacional”.

Frente Ampla em São Paulo

O estado também é marcado por mais de 25 anos sob o comando do PSDB. “Nós reconhecemos que há uma possibilidade muito grande para encerrar o ciclo do tucanato em São Paulo”, defendeu Rovilson. Nesse contexto, a movimentação do governador Geraldo Alckmin, que pode se candidatar ao governo pelo PSD, é decisiva. “Essas dissidências, divisões no PSDB abrem espaço para que seja interrompido esse longo e penoso ciclo do estado de São Paulo. Agora para isso nós precisaríamos fazer o inverso no nosso campo. Construir uma convergência maior e que pudesse ser uma força eleitoral com capacidade de vitória. Esse é o nosso intento para 2022 juntamente com a derrota de Bolsonaro e a eleição de bancadas do PCdoB para a assembleia e a câmara federal”.

Rovilson reafirmou a capacidade do PCdoB de conduzir, com outros setores amplos, o Brasil para uma nova perspectiva de nação e com um projeto nacional e popular. “Somos um partido marxista, de defesa do socialismo e da nação, firme e combativo, avesso ao sectarismo”. Ele lembrou que a experiência chinesa reforça essa perspectiva de um estado com orientação socialista. “Alguns negavam o socialismo e a agora a vida e a China vão mostrando a potencialidade da força de valores humanistas, de justiça social, impulsionador da solidariedade, da esperança e de combate a toda forma de preconceito”, finalizou.

Por Railídia Carvalho