A abertura da 17ª Conferência Estadual do PCdoB do Maranhão nesta sexta-feira (1º/10) contou com a participação da presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos. A dirigente participou virtualmente da atividade, no meio da tarde, realizada de forma híbrida.
O vice-presidente do PCdoB-MA, Egberto Magno abriu a conferência convocando a mesa diretora e apresentando a programação tanto para os delegados e delegadas que participam da conferência presencialmente no Hotel São Luís Praia Mar, na capital, São Luís, quanto os que acompanham virtualmente pela plataforma Zoom.

Em sua fala, Luciana Santos convocou a militância comunista para os atos Fora Bolsonaro deste sábado (2) e disse que neste momento de crise o Brasil precisa de uma frente ampla e de um exercício de unidade política para se reconstruir. Nesta tática, o papel do PCdoB é decisivo.
“É nesse momento que nós precisamos de mais PCdoB. Precisamos de uma força consequente, de um partido forte e influente. Nós temos todas as condições de dar uma virada porque nós conquistamos a federação partidária, que é algo estrutural, que é algo estratégico, não só para o PCdoB, mas para uma luta no Brasil pós-Bolsonaro. Será necessário um exercício de unidade política com partidos que tenham afinidade programática”, afirmou Luciana.
De acordo com a dirigente, a vitória da federação partidária mostrou que a bancada do PCdoB é uma bancada do Congresso Nacional. “Foi essa bancada valente, de oito deputados federais, com a justeza das ideias, com trabalho, com convicção e com autoridade política que nós ganhamos de geração em geração por não sermos sectários, por respeitarmos as divergências. Nós nunca barganhamos sem ser pela política. Tudo isso nos deu autoridade política e nós fizemos algo que muitos não acreditavam que foi derrotar o veto de Bolsonaro com oito deputados e sem nenhum senador”, analisou a dirigente.
Encruzilhada histórica
Luciana se referiu como encruzilhada histórica a disputa que vai acontecer em 2022. “A reeleição de Bolsonaro representaria ameaça ainda mais destruidora para a democracia e para a nação. Impõe-se a união de amplas forças de todos e todas que defendem a vida e a democracia para barrar a estratégia de Bolsonaro. Para isso é preciso desmascará-lo, isolá-lo e derrotar para abrir caminho para a reconstrução nacional”, defendeu.

O governo Bolsonaro levou o Brasil a uma crise de múltiplas dimensões, ressaltou Luciana. Segundo ela, o método do governo é promover um impasse entre as instituições, alimentar o caos e a instabilidade. De outro lado, busca cooptar grupos nas Forças Armadas e nas polícias. “Bolsonaro é incompetente, negacionista e soma agora todas as evidências de corrupção na compra da vacina para o povo brasileiro”, criticou.
Bolsonaro sabota a economia
Luciana lembrou que passados mais da metade do mandato de Bolsonaro na presidência não existem políticas para enfrentar os reais problemas do país. “A política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes aprofundou as desigualdades”, afirmou a presidenta.
Os números apontam quase 15 milhões de desempregados e mais de 800 mil empresas quebradas. “Voltamos para a vergonhosa posição do Mapa da Fome”, acrescentou a dirigente. São 116 milhões de brasileiros e brasileiras em insegurança alimentar e 19 milhões passando fome. “Nos aproximamos de quase 600 mil mortes, um número somente comparável com perdas de um país em guerra”.
Ao lado da fome, o Brasil de Bolsonaro trouxe de volta a inflação, relembrou Luciana. “O preço dos alimentos, aluguéis, transportes, energia elétrica, gás, combustíveis dispararam. Tem lugar no Brasil que o gás custa 120 reais. Essa situação é sentida, principalmente, pelos mais pobres. A tragédia social está estampada nas ruas com milhares de pessoas e famílias ao relento. Bolsonaro com suas constantes crises sabota a economia”.
Na opinião da presidenta do PCdoB, a entrada em cena da federação partidária no atual contexto dá uma perspectiva diferenciada de busca de unidade política pautada pela convergência, pelo diálogo. “É por isso que esse é o grande assunto, a grande novidade, uma inovação na política brasileira. E nós iremos tirar todas as consequências porque a experiência da federação vai ao encontro da nossa tática, que é a constituição de frente ampla”, finalizou.
Programação
A conferência continua com as intervenções de delegados e convidados. O ato político acontece nesta noite de sexta-feira (1º/10) e os trabalhos na ordem do dia, como a eleição da nova direção do partido e dos representantes do PCdoB Maranhão para a 15º Congresso continuarão durante o sábado (2).
Por Railídia Carvalho