China repele alegação da UE sobre ‘restrições’ em visita de Bachelet

Michelle Bachelet, Comissária de DH da ONU, visitou campo de algodão na região de Xinjiang

(Xinhua)

As alegações da União Europeia dizendo que a visita da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, à China sofreu restrições são falsas, afirmou a representação da China junto a Bruxelas na quarta-feira (1º/6), condenando a tentativa da UE de instrumentalizar questões de direitos humanos.

A organização das atividades durante a visita de Bachelet de 23 a 28 de maio foi baseada em seus próprios desejos e em uma consulta mútua aberta, enfatizou o porta-voz chinês.

A própria Bachelet disse em uma coletiva de imprensa que teve trocas “extensas e não supervisionadas” durante sua visita, acrescentou o diplomata da Missão da China na UE, em resposta a um porta-voz de Bruxelas alegando que Bachelet não conseguiu garantir acesso total a grupos, indivíduos e centros de detenção em sua visita a Xinjiang, na China.

O porta-voz chinês rechaçou as mentiras fabricadas por certos países ocidentais e forças anti-China sobre Xinjiang, sob o pretexto de interesse pelos direitos humanos. Todos os estrangeiros que visitaram Xinjiang, como a própria Alta Comissária, podem tirar conclusões objetivas e imparciais sobre a região, acrescentou.

Durante a visita de Bachelet à China, ela se reuniu com funcionários de departamentos como o Supremo Tribunal Popular, a Suprema Procuradoria Popular, o Ministério das Relações Exteriores, a Comissão Estadual de Assuntos Étnicos, o Ministério da Segurança Pública, o Ministério de Recursos Humanos e Segurança e a Federação das Mulheres da China.

Em Guangzhou, Bachelet visitou aldeias de novo estilo, centros de atendimento a idosos e centros de reabilitação para deficientes, uma área industrial e o Tribunal da Internet de Guangzhou, que refletem a democracia de base da China, a conquista do alívio da pobreza e o foco na proteção judicial e ambiental. Bachelet também fez um discurso e conversou com professores e alunos sobre direitos humanos na Universidade de Guangzhou.

Em Xinjiang, Bachelet foi informada sobre as políticas e medidas étnicas e religiosas da China e os resultados das estratégias antiterrorismo e desradicalização de Xinjiang, ressaltou o porta-voz.

Ela também visitou a cidade velha de Kashi e foi aos campos de algodão, onde pôde ter uma melhor compreensão do progresso que Xinjiang fez na proteção da cultura tradicional das minorias étnicas e dos meios de subsistência da população local.

Bachelet – acrescentou o porta-voz – também teve conversas cara a cara com religiosos sobre a liberdade de religião dos crentes muçulmanos e a proteção em Xinjiang a seus direitos e liberdades de acordo com a lei. Ela também conversou com representantes de todas as esferas da vida.

Os centros de educação e treinamento vocacional não são os assim chamados campos de reeducação, mas são escolas por natureza, enfatizou o porta-voz da Missão da China na UE.

Ele lembrou que Xinjiang sofreu muito com o terrorismo e o extremismo religioso no passado. Com base nas experiências de outros países no combate ao terrorismo, Xinjiang criou centros de educação e treinamento profissional de acordo com a lei, e essas instituições visam eliminar a fonte do terrorismo e do extremismo religioso.

Esses centros de educação e treinamento vocacional em Xinjiang não são diferentes dos “Programas de Desistência e Desengajamento” criados no Reino Unido ou na França, observou o porta-voz chinês. Ele acrescentou que tais centros “estão totalmente alinhados com os princípios internacionais relacionados à resolução antiterrorismo, como a Estratégia Global de Combate ao Terrorismo da ONU e o Plano de Ação para Prevenir o Extremismo Violento”.

Para o representante chinês junto a Bruxelas, são os próprios cidadãos que estão na melhor posição para dizer se a situação dos direitos humanos do seu país “é boa ou não”. A China – destacou – está disposta a cooperar e ter um diálogo aberto sobre direitos humanos com todas as partes, na premissa de que esse intercâmbio seja “baseado na igualdade e no respeito mútuo”.

Ele concluiu reiterando que as questões relacionadas a Xinjiang não são uma questão de direitos humanos, mas uma questão de salvaguarda da soberania, segurança e integridade territorial da China. “Opomo-nos firmemente a qualquer pregação ou defesa de padrões duplos e nos opomos à prática de politizar e instrumentalizar a questão dos direitos humanos. A China certamente não aceitará interferência externa nos seus assuntos internos sob o pretexto dos direitos humanos”.