Desfile foi "vexame nacional e internacional", diz general Santos Cruz

O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Alberto dos Santos Cruz, participa da comissão parlamentar mista de inquérito que investiga as fake news (CPMI das Fake News)

General Santos Cruz

(Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O general Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, criticou, nesta terça-feira (10), em entrevista ao colunista Chico Alves, do portal UOL, o desfile de tanques e blindados, ocorrido neste mesmo dia na Praça dos Três Poderes. Ele considerou a atitude “completamente descabida”.

“Esse é um exercício de rotina. Se a intenção é convidar o presidente, o ministro da Defesa pode ir até a pé fazer isso, não precisa mobilização de aparato militar onde estão localizados os Três Poderes”, criticou Santos Cruz. “Tudo isso para levar um convite? É uma infantilidade, absolutamente desnecessária, ainda mais no contexto atual”, destacou o general.

O pretexto para a decisão, tomada no Palácio do Planalto na sexta-feira (6), de desviar o comboio da Marinha que se dirige à cidade de Formosa, no interior de Goiás, para o exercício militar “Operação Formosa”, foi a entrega do convite a Bolsonaro para participar da abertura dos trabalhos. A ideia de realizar o desfile coincidiu com a votação pelo plenário da Câmara dos Deputados do projeto de emenda constitucional (PEC) do voto impresso, defendida pelo governo.

“Não é possível acreditar em tanta ingenuidade e incompetência de avaliação do Ministério da Defesa. Isso é um desrespeito ao Congresso, um desrespeito ao Brasil”, disse o general Santos Cruz. “Essa imagem vai ser um vexame nacional e internacional”.

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